18 outubro 2013
11 outubro 2013
Why mayors should rule the world...
Apurados os resultados autárquicos, em Lisboa, consagraram-se dois claros vencedores. Com forte expressão e distinta vantagem ganhou o partido da Abstenção que atingiu quase 280.000 votos*. Podemos tentar perceber quem são estes abstencionistas, mas parece-me que entre as diversas razões que justificam esta ordem de grandeza (quase 35.000 eleitores a mais que em 2009) - e que podem ir desde o comodismo, descrença, migração, descontentamento à desatualização de listagens - o mais importante (para além da mobilização para a participação e cidadania, não apenas nos atos eleitorais) é felicitar e centrar as atenções no segundo vencedor destas eleições, o Partido Socialista representado por António Costa e sua equipa.
Com pragmatismo, foquemo-nos nas propostas vencedoras, na sua coerência e respetiva concretização. Estão reunidas condições únicas e António Costa teve uma resposta positiva dos lisboetas à pretensão de governo maioritário na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e praticamente em todas as Assembleias de Freguesia. Como é natural, terá também maior responsabilidade e os lisboetas esperam resultados.
Não quero deixar de refletir sobre a importância das propostas e a sua efetiva concretização. Em ultima instância, essa é uma das medidas que expressam a relação de confiança do eleitorado no presidente da câmara. Temos assim, nos próximos 4 anos um mandato cujo programa foi escrutinado (sugestão de leitura aqui e aqui) e se centra nos seguintes "5 grandes eixos de governo":
+ Lisboa mais próxima
+ Lisboa empreendedora
+ Lisboa inclusiva
+ Lisboa sustentável
+ Lisboa global
Mas será este programa apenas um conjunto de propostas circunscritas aos limites geográficos de Lisboa? O que representa afinal Lisboa? Até onde pode ir essa identidade e afirmação no território? Não terá Lisboa um desafio eminente de se afirmar como efetiva Cidade Região?
Apesar de não concordar inteiramente com Benjamim Barber na sua apresentação, deixo aqui a sua interessante reflexão de como os "mayors" são uma peça vital na relação de confiança com a população, e como o seu pragmatismo de ter de "pôr as coisas a funcionar" é fundamental, para o sucesso de ultrapassar os atuais desafios das cidades, os quais, geralmente dificilmente serão resolvidos pelos "Estados Opacos".
Esta questão de confiança e pragmatismo é tão pertinente quanto maior o tempo que decorre até vermos pequenas (grandes, digo eu) melhorias no nosso quotidiano. A resolução dos problemas sociais, económicos e ambientais, diretamente relacionáveis com a habitação, mobilidade e transportes, emprego e ambiente, têm agora um posicionamento socialista determinado, o qual, infelizmente continua a debater-se com restrições de competências, por exemplo, no plano da operação dos transportes públicos. Neste caso, e tendo em conta a nova lei quadro das entidades reguladoras, parecem-me evidentes as melhorias decorrentes de uma maior representatividade institucional dos municipios, na gestão e operação de transportes cuja área de influencia os afete diretamente.
Haja esperança, que o caminho é longo e necessita de muita dedicação...
* Fonte: autarquicas 2013
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