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21 janeiro 2013


Na próxima 5ª feira, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Rui Pereira apresenta o seu livro "Tempos", no âmbito da inauguração de uma exposição da sua Obra Gráfica, com um espectáculo musical e mais algumas surpresas.

Rui Pereira é um designer gráfico, um artista, de indiscutível valor. É também funcionário da CML. Um dos cerca de 9.500.

Lembro-me bem da sua desorientação e angústia quando no seu serviço, há uns anos atrás, as suas chefias, por pressão do então Vereador José Cardoso da Silva, exigiram-lhe que passasse a "picar o ponto". Entrar a horas e cumprir escrupulosamente o seu horário.

Foi uma medida que tinha toda a razão de ser para um grande conjunto de funcionários, que desempenham tarefas, por exemplo de atendimento ao público ou mesmo de back-office, e cuja quantidade e eficácia do trabalho que realizam está directamente ligada ao número de horas que trabalham em articulação com os munícipes e o resto dos serviços da Câmara.

É uma medida que não tem sentido para funcionários como o Rui, que tanto podem trabalhar no edifício da Câmara como em sua casa (com poupanças para a própria Câmara, neste caso), que podem trabalhar com grande qualidade pela noite fora, quando eventualmente têm inspiração para isso, e podem ser totalmente inúteis se os obrigarem a criar cartazes das 9 às 5.

Conto esta pequena história para dizer que qualquer que sejam as reformas - que são necessárias - na Administração Pública, há que ter a audácia de privilegiar a autonomia e a responsabilização das várias Divisões ou Unidades e não tratar tudo, toda a grande máquina da Administração, da mesma forma, com directivas rígidas de cima para baixo, que se focam exclusivamente no controlo do aparelho e no cumprimento de todas as normas, em vez de se focarem no objectivo final que é, enfim, que a Câmara/o Estado funcione bem, com justiça e que preste um serviço de qualidade aos cidadãos.



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