Para além do número de veículos sobre as quais têm sido tomadas medidas com êxito, há uma razão morfológica muito forte para a qual o urbanismo nos últimos 40 anos muito tem contribuído para agravar.
O aumento da cércea levou a que as brisas de encosta deixassem de funcionar da melhor forma e os poluentes tenham muita dificuldade em serem drenados lateralmente. Para esta drenagem contribuem as zonas verdes localizadas nas encostas da Avenida, tais como o Jardim Botânico ou muitos dos logradouros e quintais permeáveis.
Do ponto de vista da redução da poluição, e não sendo previsível que possa haver uma redução de cércea, resta para o futuro garantir que pelo menos não haja mais aumentos de cércea no edificado existente e no que respeita às medidas de minimização passiveis de serem activadas, não resta outra solução que não vocacionar todos os esforços para a redução das emissões rodoviárias.
É muito fácil olhar para o arvoredo da Avenida e culpá-lo da má drenagem atmosférica. Não digo que no Verão, e com toda a folhagem das árvores "activa", não possa haver uma pequena percentagem de acumulação que esteja relacionada, mas efectivamente as cérceas do edificado são, e de longe, a grande barreira à drenagem na Avenida.
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