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27 junho 2013

Eles atacam às 5ªs!

Lisboa, ciclovia ribeirinha, 5ªas feiras ao final do dia. Hora habitual do "crime"... 
Eles vêm pela ciclovia e estacionam. Entre as árvores, junto ao rio, sobre a pista.
Um perigo para quem venha distraído. Arrisca-se a um acidente quem não esperar um carro a sair do lugar estacionado, para mais ao final da noite depois de uns copos.
E tudo porque faltam uns pilaretes. Sim, o pilarete é o melhor amigo do Homem a seguir ao cão, como escrevi AQUI há tempos e tão polémico que foi. 
A verdade é que quando eles faltam, temos 6m2 de lata no nosso caminho.




Lisbon goes for Boris!

O The Guardian avança com a noticia de que a opção pela bicicleta já representa 24% dos veículos na hora de ponta em Londres!
Seria este cenário expectável há uns anos atrás? O que se fez então para alterar o padrão de mobilidade das pessoas em Londres? 
Estamos obviamente a falar de uma política de mobilidade que foi convictamente traçada em vários domínios, de uma forma transversal, pensando numa base sistémica de transportes.
Existe um sistema de financiamento do serviço de transportes e, o serviço prestado não fica assim refém, de resultados operacionais deficitários nalguns percursos. Só assim é possível corresponder às necessidades da população, planeando um serviço a uma escala próxima das necessidades de deslocação, muitas vezes intermodal.
Em paralelo desenvolveu-se um sistema partilhado de bicicletas (como em muitas outras cidades), por concessão a uma entidade bancária, que dá corpo à possibilidade de utilização em circuitos combinados com outros modos de transporte.


Um bem haja ao Mayor de Londres pelo trabalho politico feito até à data nesta área.
Ficam as sugestões de leitura:

 

Em Lisboa, também se tem começado a trilhar um caminho importante na integração dos vários modos de transportes, mas com várias condicionantes políticas e institucionais que impedem uma maior celeridade dos resultados práticos (refiro-me à participação directa dos municípios na gestão dos serviços de transportes). Os diferentes níveis de dependência tutelar da gestão das infraestruturas e serviços de transportes (nível municipal e metropolitano), têm proporcionado conflitos de interesse que em nada beneficiam os utentes dos transportes. 
Voltando à referência inicial do post, no que diz respeito à opção modal da bicicleta em deslocações urbanas, verifica-se um aumento da sua representatividade (principalmente no município de Lisboa), ao qual não são alheias algumas opções politicas que os executivo têm adotado. Ainda assim há muito trabalho a fazer, e alguns erros a corrigir. 

PS: Aproveito ainda para sugerir a participação na Massa Critica (site + facebook) que decorrerá amanhã seguida de uma festa da Cicloficina: GRANDE FESTA Cicloficina dos Anjos

24 junho 2013

Crowdfunding de António Costa por Lisboa

Sem revisitar a memória histórica de outras campanhas portuguesas, parece-me tratar-se da primeira vez que um politico desenvolve uma iniciativa de crowdfunding em Portugal...
Pelos seus objectivos e pelo espírito colaborativo que promove, trata-se de uma iniciativa que marca a agenda e merece divulgação! 
É um exemplo muito nobre de que é possível servir Lisboa contrariando a crise atual e promovendo uma maior participação de todos os cidadãos.

Fica o video de António Costa: Juntos por Lisboa


"Queremos promover a cidadania jovem, apelando à participação de todos na construção do futuro da cidade, na definição das suas prioridades e na seleção dos projetos que consigam incentivar as empresas na criação de emprego. Isso só é possível se, no dia 29 de Setembro, os jovens decidirem ser parte integrante da vida das suas freguesias, da sua cidade, do destino da sua Lisboa, participando na tomada de decisão do que consideram dever ser a "vida" de Lisboa e dos lisboetas.

Com a realização de um vídeo em que procuramos dar voz aos jovens lisboetas, em vários pontos da cidade, queremos reforçar a participação nas eleições autárquicas de Setembro. Queremos com este vídeo fazer com que se compreenda a importância do voto, a diferença que pode fazer não deixarmos por mãos alheias a decisão do nosso futuro e dos projetos e opções que afetam diariamente a nossa vida."


Ainda que em Portugal não vejamos iniciativas como esta, a comparação é inevitável, porque esta é uma ideia que tem paralelo "profissionalizado" nos EUA e que Obama promove, a uma escala inimaginável! Se calhar valerá a pena partilhar também os links abaixo...

Doing a crowdfunding campaign? Learn from Obama.

A Framework for Political Crowdfunding: Lessons From President Obama

22 junho 2013

A luta infinita contra o "abandalhamento"

José Sá Fernandes tem feito um trabalho muito meritório no que respeita à uniformização das esplanadas em Lisboa. Rigor na ocupação dos espaços, alinhamentos do mobiliário, uniformização dos equipamentos (mesas, cadeiras, guarda-sois sem publicidade) e até a substituição dos típicos "pára-ventos" de plástico ou mesmo as tendas por soluções discretas. Basta circular pela Baixa para ver a diferença, mas ainda recentemente a Avenida Guerra Junqueiro foi também disso exemplo.

O pior é que esta é uma luta quase tão difícil como combater os carros em cima do passeio: Se não houver fiscalização diária, os pára-ventos discretos são suporte para avisos, anúncios e ementas. 
É escrever torto por paineis direitos!
Nota: Colaboro à data deste post com o Vereador Sá Fernandes

21 junho 2013

Relatório CDP 2013 - Alterações Climáticas


Lisboa foi a única Cidade Portuguesa que respondeu a este inquérito internacional, agora divulgado, com a descrição das diversas medidas de mitigação e adaptação para as alterações climáticas a nível local e o relatório das emissões cidade a cidade:
https://www.cdproject.net/CDPResults/CDP-Cities-2013-usage-summary.pdf

20 junho 2013

Tolerar ou não os shoppings

O Bernardino levantava há tempos a importante questão da proliferação dos shoppings em Lisboa, os eucaliptos comerciais que secam o comércio tradicional. Independentemente dos gostos pessoais sobre os ditos, há que ver que a abertura de um shopping não é uma decisão comercial como outra qualquer, dadas as consequências que acarreta.
A morte do comércio local não é apenas a troca de um modelo comercial por outro, implica tirar a vida à cidade, retirando-lhe qualidade de vida, descaracterizando-a, reduzindo o movimento e criando sentimento de insegurança. Os shoppings levantam também problemas logísticos, propiciam as auto-estradas dentro da malha urbana, promovem uma mobilidade centrada no automóvel em detrimento de uma mobilidade mais humana.
É sinal do nosso individualismo bacoco (o mesmo que aceita as marquises ilegais e monos urbanísticos, porque o dono é o senhor supremo do seu pedacito de cidade) que se aceite  mais e mais shoppings sem discussão pública.
Vivi numa cidade holandesa, que apesar do seu tamanho médio (200 mil habitantes), estava até então livre de shoppings. Quando essa hipótese se pôs por pressão de um grupo de distribuição, o município decidiu delegar a decisão aos cidadãos num referendo local. 
O shopping perdeu, e a ideia morreu aí.

Lisboa em Si

É já amanhã, Sexta, pelas 22h, que Lisboa ouvirá os seus sons orquestrados, num conjunto que reunirá vários sinos de igrejas, cacilheiros, eléctricos, sirenes de bombeiros - numa composição musical de 7 minutos, em homenagem as 7 colinas da cidade, interpretada por cerca de 100 músicos.


Aguardo com expectativa!

Saber mais: www.lisboaemsi.com

18 junho 2013

Agenda Cultural


Soube que a partir de amanhã e até dia 26 (excepto dia 24), "vai estar em cena" um espectáculo da brasileira 'Companhia das Inutilezas', que aconselho a todos, desde logo pela sua originalidade.

Chama-se nãotemnenome e cada apresentação é antecedida de encontros entre os actores e os espectadores e depois "os actores apropriam-se das narrativas recolhidas e partilham em cena histórias sem dono nas quais nos podemos reconhecer".

O primeiro encontro não tem de ser no mesmo dia que o espectáculo (ou antes, a segunda parte do "espectáculo").

A segunda parte passa-se num apartamento, na Rua da Boavista, em ambiente descontraído, enquanto se pode beber vinho ou café, comer morangos ou chocolate.

Os bilhetes são 14 euros - 7 com os descontos habituais do Maria Matos: menores de 30, estudantes, desempregados... Para mais informações ir à página deste teatro municipal ou contactar 218 438 801 | bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt

15 junho 2013

O que se ouve quando se assoma a uma janela de Lisboa

Foto: Ricardo Correia

- He likes to come to Lisbon so he can feel rich.

- But he is rich!

- He's not rich for New York or London, that's why he likes it here.

13 junho 2013

João Semedo, "ficaria"?

Como todos nos lembramos, em 2001 Portas apostou tudo em "ficar". 
Foi eleito e, claro, não ficou.
Hoje o Bloco de Esquerda lança a sua candidatura a Lisboa. Numa altura de poupanças em campanhas, dou a minha contribuição criativa, utilizando uma ideia que até funcionou no passado. Para quê complicar o óbvio?
O que está em causa nesta candidatura do Bloco de Esquerda em Lisboa, ao lançar o seu líder partidário, uma pessoa que conhece muito melhor a sua Cidade (Porto) do que Lisboa, é na verdade fazer o mesmo jogo político que Portas fez em 2001, o de tentar ser eleito para depois sair umas semanas depois. 
Nesta campanha perde desde logo Lisboa, que assim tem candidatos que a usam para sua promoção pessoal e afirmação partidária, em vez de se dedicarem de corpo e alma à discussão dos problemas da Cidade.
Mas João Semedo tem um desafio bem mais difícil do que Portas em 2001, já que a probabilidade de eleição será um objectivo muito ambicioso. Porque quer em 2001 com Miguel Portas, quer em 2009 com Luis Fazenda, o Bloco não conseguiu eleger o seu Vereador. 



12 junho 2013

Esticando a corda do Oraçmento Participativo

O Orçamento Participativo (OP) começou por ser implementado na CML, no seguimento de uma proposta do Vereador José Sá Fernandes, na altura, eleito nas listas do Bloco de Esquerda.

Infelizmente, nunca foi um projecto muito acarinhado por ninguém. Nem sequer pela própria esquerda, capaz de se desmultiplicar em moções nas Assembleias de Freguesia pelo "Orçamento Participativo", capaz de rasgar as vestes porque o projecto de requalificação de um jardim não é debatido em "Assembleia de bairro" e é deixado aos arquitectos paisagistas da CML, mas com pouca disponibilidade para participar - nem que seja de forma crítica - num processo que podia fazer toda a diferença numa cidade que se quer com dinamismo não só económico, social e cultural, mas também participativo, político e democrático.

Montantes à parte - o problema do OP em Lisboa não é no "O" de Orçamento, mas sim no "P" - creio que o processo se foi transformando cada vez mais num espectáculo cada vez menos interessado em envolver verdadeiramente os cidadãos em mecanismos de democracia participativa e directa.

O exemplo da imagem acima é elucidativo.

Não tenho nada contra este tipo de jogos criados pelas consultoras para meter equipas a "pensar fora da caixa", de forma criativa, etc... antes pelo contrário. Mas enquadrar esta actividade no OP, chamando-lhe "Assembleias Participativa", com um mail enviado maciçamente a dizer coisas como «A próxima Assembleia Participativa - Service Design Drinks Lisboa é no Torreão Poente na Praça do Comércio, tem inscrição obrigatória com um máximo 30 participantes. A decisão é de todos, porque Lisboa somos todos nós», é já esticar demasiado a corda.

Os processos participativos de tomada de decisões num município nada têm a ver com eventos deste género. Todo este folclore acaba por descredibilizar e tirar força à ideia de OP, tal como já tirou muita força a "adaptação" das propostas dos munícipes para coincidirem com propostas em carteira da CML.

Um verdadeiro processo de OP não é nada fácil de construir, exige muito trabalho, muita disponibilidade para ouvir, quadros dedicados a tempo inteiro ao processo, etc... mas precisa, logo à partida, de um Executivo que acredite nele.
  
 Assembleia do OP... em Novo Hamburgo, Brasil


Já não dá para ir ao próximo workshop da Service Design Drinks Lisbon, pois está "Sold Out"

11 junho 2013

Mais Hortas Urbanas em concurso

Tem sido uma aposta destes últimos anos. Depois dos Parques Hortícolas da Quinta da Granja, Jardins de Campolide, Telheiras Nascente, e dos concursos já concluídos para os quase prontos Parques Hortícolas da Quinta da Paz e do Parque Bensaúde, avançam os concursos para mais dois, sendo estes verdadeiros "pesos-pesados" dentro da Rede proposta: O Parque do Vale de Chelas e o Parque dos Olivais.

O site da CML sintetiza os concursos da seguinte forma:

"Assim, de 11 a 28 de Junho decorrerá o prazo para apresentação de candidaturas ao concurso para o Parque Hortícola dos Olivais e para o Parque Hortícola do Vale de Chelas:

Parque Hortícola dos Olivais:

Candidatura para atribuição de 31 talhões de cultivo, entre os 80 e os 140 m2, para a prática de agricultura urbana, através do modo de produção biológico.

Parque Hortícola do Vale de Chelas:
Candidatura para atribuição de 80 a 100 talhões de cultivo, com 150 m2."

08 junho 2013

Avaliação do Mandato #3


Continuando a seguir a grelha de avaliação do mandato, trabalho iniciado aqui, debruço-me sobre o importante tópico da 'Habitação'.

Digo importante porque creio que é evidente que a raiz para boa parte dos problemas da cidade - mobilidade e acessibilidade, ambientais, qualidade de vida, dinâmica cultural, social, económica e democrática - está na sua sangria de pessoas e deslocalização para as periferias.

Em 1960 a cidade de Lisboa tinha 802 mil habitantes, correspondendo estes a 53% da população da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Em 1981a cidade tinha crescido para 808 mil habitantes, mas estes só representavam 32% da AML. O Censos de 2011 - que registavam, apesar de tudo, o estancamento da sangria de população - aponta para uma população residente de 547,6 mil habitantes, correspondendo a 19,5% da população da AML.

Uma cidade sem gente é uma cidade que morre. Todas estas pessoas que deixaram de viver em Lisboa para ir viver para Sintra, Almada e Amadora, saíram fundamentalmente por causa dos preços relativos da habitação.

Cientes deste problema central, a 'Unir Lisboa' - e aqui, com propriedade deve-se falar em Unir Lisboa e não em PS, uma vez que Helena Roseta assumiu precisamente o pelouro da Habitação - prometeu no seu programa:
  • "Um novo programa de habitação a custos controlados"
  • "Fixação de quotas de habitação a custos acessíveis a jovens e à classe média"
  • "Constituição de uma bolsa de fogos de arrendamento"
  • "implementação de um seguro de renda" 
 
 Helena Roseta apresentando power-points

Tal como foi dito no que diz respeito à reabilitação do edificado, neste capítulo, reconhecendo-se que alguma coisa foi feita, parece evidente (ou ainda mais evidente, neste caso) que o que foi feito correspondem a meras gotas de água para dar de beber a quem morre de sede.

As medidas de maior alcance desta Câmara têm a ver com o novo PDM, que consagra uma quota de habitação a custos controlados aos edifícios que são renovados com aumento de número de pisos; e com o programa Re-Habitar. Ambas sabem a pouco.

A norma do PDM, apesar de inovadora, é muito mais recuada do que aquela outra acordada em 2007, quando do acordo PS-BE na CML, que previa a implementação da quota para todos os novos empreendimentos.

O Programa Re-Habitar, como se pode verificar no site, não é propriamente um sucesso estrondoso... veja-se, por exemplo, a última notícia em destaque: O município promove novo concurso de 21 casas municipais para arrendamento com valores abaixo do mercado.

De facto, conciliar a proposta de criação de uma bolsa municipal de fogos para arrendamento com a política de venda de património municipal, que tem como uma das suas facetas o programa "Reabilita Primeiro, Paga Depois", é pretender achar a quadratura do círculo. Não dá resultados eficazes.

Acresce, como já tem sido aqui apontado, que não há nenhuma acção ou proposta que penalize a sério os fogos devolutos... É banal, nesta cidade, neste país, ter uma casa ou um prédio vazio no centro da cidade e não ter a intenção de fazer dali qualquer coisa nos próximos anos.



Neste âmbito, a proposta/promessa de implementação de um "seguro de renda" parece-me extremamente interessante.

Por exemplo: Eu, como senhorio, poderei não ter interesse (até porque não sou penalizado por isso) em arrendar o meu apartamento por menos de 600 euros e com 3 meses de caução. Já uma vez um inquilino fugiu sem pagar os últimos 2 meses de renda e deixou-me a casa a necessitar de obras. E como também não tenho nem quero ter qualquer contacto com o pantanoso sistema judicial português, prefiro não correr riscos por menos do que aquilo...

Mas se a CML me garantisse que receberia sempre a renda a tempo e horas e que ao fim da data contratada recebia o meu apartamento de volta essencialmente como o entreguei, então, provavelmente, já aceitava uma renda de 500 e não exigia a caução.

Estes hipotéticos 100 euros a menos na renda e os 1.500 a menos na caução, correspondem a um objectivo derrube de barreiras financeiras no acesso à habitação em Lisboa.

Esta e outras ideias ficaram no papel e mais um mandato de 4 anos passou sem que se recuperasse pelo menos algumas dezenas de milhar das pessoas que têm saído de Lisboa...

Assim sendo, sem prejuízo de debatermos um pouco mais na caixa de comentários, creio que a avaliação do mandato no que diz respeito às políticas de Habitação, não só é negativa como nem sequer está alinhada com aquilo que foi proposto no Programa 'Unir Lisboa'.

07 junho 2013

Vi com os meus próprios olhos, na Rua do Arsenal

Foto AQUI
Na Rua do Arsenal o passeio é demasiado estreito para quase poder ser assim considerado. As pessoas não cabem pura e simplesmente lá e circulam pela rua exteriormente aos veículos ou em alternativa pelo passeio oposto. É muito difícil que se cruzem dois peões sem alguém ter que se colocar paralelo às fachadas. Em dias de chuva, os chapéus de chuva prendem-se uns nos outros. Sim, é mesmo muito difícil andar a pé ali.
De facto, pouco mais de metro e meio, nem sempre livres para se andar, pois algumas das lojas ainda acabam por ocupar área de circulação com a extensão de alguns objectos para fora da loja.
Mas este passeio é assim estreito porque, como se vê na 1ª foto, há uma fiada de estacionamento ao logo da fachada norte. Dir-me-ão os do costume: "lá está você a atacar o carro! Onde é que as pessoas estacionam para ir comprar? E depois lá se vai o negócio local".
FALSO!
Vi eu aqui, com os meus próprios olhos, aquilo que sempre suspeitei e que ainda há pouco tempo me tinham alertado: A generalidade das viaturas estacionadas são dos comerciantes, e servem de apoio à própria loja, ficando todo o dia naquele local. Vi um comerciante sair e abrir uma das carrinhas e lá dentro, confirma-se: é um pequeno armazém, cuidadosamente organizado com caixas, onde se vai buscar mais mercadoria à medida que é necessário re-abastecer a loja.
Parece-me que é uma Rua com um potencial comercial demasiado forte para ter uma fiada de "armazéns" estacionados todo o dia, não?
Foto AQUI

Mouraria


O Homem-Árvore entra sempre pela janela.

05 junho 2013

Foi um lindo sonho que acabou


O bairro Portugal Novo (nas Olaias) foi construído em 1975 no âmbito de um programa público de habitação (chamado SAAL) imbuído do espírito participativo da época. Com o fim do PREC em 1976, o idealista SAAL também acaba, acontecendo o mesmo mais tarde com a cooperativa que geria o bairro. Hoje terra de ninguém, o bairro está agora assim: sujo, tristonho, degradado. As promessas de um Portugal Novo não se cumpriram. Para a gente que cá mora, a chamada normalização democrática foi o regresso à exclusão e à precariedade como eixos de normalidade.

Participação das crianças de Lisboa em Assembleia

Em dia Mundial do Ambiente, as crianças presentes na Assembleia Municipal das Crianças de Lisboa (referido aqui e aqui) apresentam projectos de hortas urbanas ou comunitárias com o envolvimento da comunidade escolar e Instituto Superior de Agronomia. 
O desafio que se segue é ultrapassar os problemas do sistema de rega, melhorando a sua eficiência e optimizando o consumo de água.

04 junho 2013

Já não bastavam os carros em cima do passeio...

Agora "um post à Cidadania LX"  ;)

Na passada sexta-feira foi notícia que a concelhia de Lisboa do PSD teve de abandonar a sua sede no Campo Pequeno porque, fruto da nova Lei das Rendas, a renda do imóvel que ocupava subiu de 200 para 1.500.

Em vez de fazer um post chato sobre os prós e os contras desta Lei das Rendas, o que há a melhorar, avaliar a anterior, sustentar alternativas, etc, vou antes passar para os "alertas":

Indiferentes ao sistema de recolha selectiva do nosso bairro, ou aos regulamentos camarários sobre colocação de lixo na via pública, no fim-de-semana, ao pé do vidrão, alguém depositou um montão de "Povos Livres" antigos, sacos cheios de autocolantes, pendões de plástico, bandeiras, etc, etc.

 Um Partido que detém a maioria no Executivo da Junta de Freguesia e que ambiciona governar a Câmara devia ter um pouco mais de decoro nestas coisas...
 

Biodiversidade em Lisboa

Lisboa para muitos é sinónimo de stress e filas de trânsito. 

Mas também tem imensos argumentos para quem queira relaxar e conviver tranquilamente.

Sabia que a cidade contém uma biodiversidade acima da média das cidades europeias?



E que "cerca de 1 512,5 ha (17,9% da área do município) correspondem a espaços verdes, hortas, jardins, logradouros permeáveis, entre outros, todos de forte intervenção antrópica considerados como seminaturais"?
 
Já reparou na biodiversidade que o(a) rodeia, nos seus trajectos diários?

Pois é, também pode aproveitar a capital de Portugal para relaxar, passear e conhecer melhor os espaços verdes que possui.

No passado dia 22 de Maio foi oficialmente publicado o relatório "BIODIVERSIDADE NA CIDADE DE LISBOA - UMA ESTRATÉGIA PARA 2020" Esta publicação pretende sistematizar e integrar as várias componentes da biodiversidade em Lisboa, definindo o perfil da Cidade, caracterizando a Biodiversidade Urbana, e estabelecendo a respectiva Matriz de Indicadores de Biodiversidade Urbana. Esta publicação inclui também uma estratégia para a Biodiversidade em Lisboa.

Aqui poderá acecer a mais informações sobre os espaços verdes da cidade.

Se procura alternativa ao cancro dos shoppings, experimente o seguinte:

Do Parque das Nações e dos Olivais, passando por Alvalade, Lumiar e Estrela até Belém e Monsanto, disfrute dos espaços verdes em família ou com amigos.

Vai ver que experiencia um fim-de-semana muito mais agradável e revigorante.

03 junho 2013

Pisando o betão fresco


A qualificação do Parque das Quintas Conchas (no Lumiar) foi Prémio Valmor da Arquitectura Paisagista em 2005. A passarada, ansiosa, não conseguiu esperar pela inauguração.

Assembleia Municipal das Crianças de Lisboa :: Dia 5 10h00 Fórum Lisboa

A Assembleia Municipal de Lisboa promove o envolvimento das crianças lisboetas da autarquia... é já no próximo dia 5 de junho!

Em tempos difíceis como os que atravessamos, é importante a participação de todos, não só dos jovens, como também da restante população. Para sermos socialmente coesos importa cultivar a união e o respeito intergeracional, portanto pelas pontes de participação que esta iniciativa cria, não queria deixar de saudar esta iniciativa!
A extensão do debate de ideias, a sensibilização para os problemas da autarquia e o convite à participação são o mote, pelo que, é louvável a humildade política dos responsáveis, no envolvimento das crianças, que muitas vezes nos surpreendem com a sua simplicidade  para alguns problemas aparentemente complexos!



O cancro dos 'Shoppings'


 É inspirador o facto de que esta vaga de protestos na Turquia, contra a deriva autoritária do Governo de Ankara, se tenha iniciado com uma manifestação de protesto contra a construção de um centro comercial.

Infelizmente, a construção e abertura de centros comerciais nas cidades, que tanto contribui para a sua morte e desumanização, talvez por não ter aquele efeito dramático e imediato, que jornalistas e bloggers tanto apreciam, talvez por não dar uma boa foto, costumam ser relativamente tolerados no nosso país, sem "alertas" nas redes sociais ou na comunicação social.

Em Portugal, a quota de mercado do chamado "comércio tradicional" ou "de rua", caiu nos últimos 20 anos para uns míseros 15%. Enquanto isso, a área de metros quadrados de shopping per capita é das mais elevadas da Europa.

 As pessoas que este fim-de-semana almoçaram, passaram a tarde e jantaram neste Shopping delicodoce, foram objectivamente retiradas das ruas, praças e jardins da cidade através de más políticas urbanas.

A abertura de centros comerciais, regra geral, "seca" todo o comércio tradicional em volta. Ou o comerciante se sujeita a deslocar para o Centro Comercial ou pode estar condenado ao desaparecimento. 

Nos centros comerciais as lojas estão todas juntas, há sempre lugar para estacionar, o ambiente é metodicamente climatizado, a luz é a ideal, a musiquinha é suave, não há gente a pedir e há videovigilância e funcionários da segurança por toda a parte.

No Freeport de Alcochete é proibido "tocar ou cantar qualquer tipo de música" e os visitantes "devem estar devidamente vestidos". Mas em troca desta "cidade delicodoce", que atrai muitos clientes para o passeio de fim-de-semana ou final de tarde, são exigidas rendas de milhares de euros. Quem sobrevive? Não o pequeno comércio familiar, mas sim as grandes multinacionais e franchisings, capazes de esmagar custos operacionais, nomeadamente de pessoal.

Por outro lado, uma cidade sem "comércio tradicional" é uma cidade que morre. As pessoas deixam de andar pelas ruas, as ruas tornam-se desertas, mais inseguras menos aprazíveis.

É como que um ciclo vicioso, que transforma o rosto da cidade, que afasta o cidadão da vida pública e que o converte cada vez mais em mero consumidor que deambula pelos grandes espaços privados de uso colectivo que são os ‘Shoppings'.


 Ninguém saberá ao certo calcular os prejuízos que o centro comercial Colombo, inaugurado por João Soares, terá causado à cidade e em particular aos bairros de Benfica.