30 abril 2013
«Há espaço para todas»
Infelizmente é raro um ciclista, em Lisboa, não ouvir bocas ou ser agredido com uma buzinadela por "andar no meio da estrada". As razias nas ultrapassagens também são uma constante. São extremamente perigosas e é pena que o anuncio não foque esse ponto em particular... Mas a minha apreciação global deste anuncio institucional (que não passa em horário nobre, portanto) é bastante positiva.
A par do investimento em infraestruturas que a CML tem feito (ciclovias, estacionamentos), o investimento na mudança de mentalidades e na educação são igualmente importantes.
«Ambiente e Espaço Público - O que queremos da nossa cidade?»
Provavelmente outros partidos farão iniciativas do género, mas eu só tive conhecimento desta.
Trata-se de um fórum de debate sobre Ambiente e Espaço Público em Lisboa, em que o Bloco de Esquerda, convida pessoas com trabalho reconhecido e prestigiado na área, mesmo que não sejam militantes do BE.
O Arquitecto Pedro Homem Gouveia, uma das pessoas que na CML mais tem trabalhado em prol da acessibilidade e mobilidade, nomeadamente das pessoas portadoras de deficiência, foi mesmo adjunto do Vereador Manuel Maria Carrilho durante o mandato de Carmona Rodrigues.
Será que o Bloco de Esquerda, nestas eleições autárquicas, vai conseguir abrir-se à sociedade e debater os problemas locais com os lisboetas, ao contrário do que se passou há 4 anos, com a sua campanha "Lisboa Não"?
29 abril 2013
As obras são autênticos "LEGOs"
Tenho constatado pelas redes sociais e pelos blogues que as pessoas lidam muito mal com obras.
Esta maquete de uma reparação na via pública que ontem estava na exposição da "LEGO" aqui perto de Lisboa, lembrou-me de várias fotografias de obras em curso na Cidade, em que se vê naturalmente muito pó e muitas máquinas, e que geram frequentes comentários como "o que para aqui vai" ou "estão a destruir isto", entre outros semelhantes. Quando são reacções de cidadãos, é aceitável. Ninguém tem que ser especialista de tudo. Mas o pior é quando as reacções são adoptadas por Instituições ou mesmo por ONGs, que em muitos casos se demitem já de estudar os assuntos, preferindo lançar a confusão e sabendo bem o poder que uma foto hoje tem perante a rapidez de partilha...
As pessoas têm que compreender que uma obra gera sempre um grande aparato. O objectivo da obra é estar concluída, não o facto em si mesmo. Não são as obras intervenções "estéticas", e frequentemente para se obter o resultado final, há períodos em que é de facto assustador ver a dimensão das áreas afectadas por trabalhos.
Para se construir um caminho numa encosta, a área de implantação do próprio caminho é necessariamente muito superior ao mesmo, sobretudo se tiver muros. No final, é bom quando nos esquecemos desses períodos de obra.
Nesta maquete vê-se bem a quantidade de infra-estruturas que existem num arruamento típico, entre esgotos, águas, electricidade, gás, telecomunicações. Às vezes "é só mudar" uma árvore ou "é só mover" um lancil são frases discutidas nas redes sociais com a maior leviandade perante a complexidade da intervenção, e as opções municipais mal compreendidas e muitas vezes mal avaliadas.
E é melhor mesmo nem comentar quando se trata de intervenções em árvores: os abates por doença e risco de queda confundem-se com "obcessão pelo corte de árvores", a confusão entre "grandes árvores" e "árvores centenárias" ou as desmatações de infestantes confundidas com "arboricídios"...
Esta maquete de uma reparação na via pública que ontem estava na exposição da "LEGO" aqui perto de Lisboa, lembrou-me de várias fotografias de obras em curso na Cidade, em que se vê naturalmente muito pó e muitas máquinas, e que geram frequentes comentários como "o que para aqui vai" ou "estão a destruir isto", entre outros semelhantes. Quando são reacções de cidadãos, é aceitável. Ninguém tem que ser especialista de tudo. Mas o pior é quando as reacções são adoptadas por Instituições ou mesmo por ONGs, que em muitos casos se demitem já de estudar os assuntos, preferindo lançar a confusão e sabendo bem o poder que uma foto hoje tem perante a rapidez de partilha...
As pessoas têm que compreender que uma obra gera sempre um grande aparato. O objectivo da obra é estar concluída, não o facto em si mesmo. Não são as obras intervenções "estéticas", e frequentemente para se obter o resultado final, há períodos em que é de facto assustador ver a dimensão das áreas afectadas por trabalhos.
Para se construir um caminho numa encosta, a área de implantação do próprio caminho é necessariamente muito superior ao mesmo, sobretudo se tiver muros. No final, é bom quando nos esquecemos desses períodos de obra.
Nesta maquete vê-se bem a quantidade de infra-estruturas que existem num arruamento típico, entre esgotos, águas, electricidade, gás, telecomunicações. Às vezes "é só mudar" uma árvore ou "é só mover" um lancil são frases discutidas nas redes sociais com a maior leviandade perante a complexidade da intervenção, e as opções municipais mal compreendidas e muitas vezes mal avaliadas.
E é melhor mesmo nem comentar quando se trata de intervenções em árvores: os abates por doença e risco de queda confundem-se com "obcessão pelo corte de árvores", a confusão entre "grandes árvores" e "árvores centenárias" ou as desmatações de infestantes confundidas com "arboricídios"...
27 abril 2013
25 abril 2013
«Todas ao Ministério!»
A estudante alemã que vive cá em casa disse ontem que não percebia porquê que tantos prédios em Lisboa tinham as varandas fechadas. Uma interrogação óbvia que nós, lisboetas, habituados que estamos ao alumínio e vidro nas fachadas da cidade, já não fazemos...
O mesmo se passa com as casas devolutas.
Boa parte dos problemas mais graves da cidade passam directa ou indirectamente pela falta de habitantes. A sangria de mais de 300 mil habitantes nas últimas décadas, motivada na generalidade pelo elevado preço das casas e das rendas, retirou massa crítica a Lisboa que é fundamental reganhar.
É incompreensível que hajam tantos e tantos prédios devolutos em Lisboa, mesmo no centro, quando há, ao mesmo tempo, há tanta gente a querer cá viver, realizar projectos, dinamizar, humanizar e enriquecer a cidade, mas que não pode, por falta de espaços sem ser a preços exorbitantes.
É por isso de valorizar e apoiar a ocupação que hoje foi feita do nº1 do Campo Mártires da Pátria.
Ver mapa maior
Não há desculpas para um edifício daqueles ester fechado há anos, a chover lá dentro, a apodrecer continuamente, a encher-se de esterco, a contribuir directamente para a morte daquela rua, daquele bairro, da nossa cidade...
Se o proprietário não tem condições para assumir a responsabilidade de ter um edifício como aquele no coração de Lisboa, tem de abrir mão - nem que seja por determinado tempo, até ter condições de ter para ali um projecto credível - do direito de ser o único detentor da chave da porta.
O mesmo se passa com as casas devolutas.
Boa parte dos problemas mais graves da cidade passam directa ou indirectamente pela falta de habitantes. A sangria de mais de 300 mil habitantes nas últimas décadas, motivada na generalidade pelo elevado preço das casas e das rendas, retirou massa crítica a Lisboa que é fundamental reganhar.
É incompreensível que hajam tantos e tantos prédios devolutos em Lisboa, mesmo no centro, quando há, ao mesmo tempo, há tanta gente a querer cá viver, realizar projectos, dinamizar, humanizar e enriquecer a cidade, mas que não pode, por falta de espaços sem ser a preços exorbitantes.
É por isso de valorizar e apoiar a ocupação que hoje foi feita do nº1 do Campo Mártires da Pátria.
Ver mapa maior
Não há desculpas para um edifício daqueles ester fechado há anos, a chover lá dentro, a apodrecer continuamente, a encher-se de esterco, a contribuir directamente para a morte daquela rua, daquele bairro, da nossa cidade...
Se o proprietário não tem condições para assumir a responsabilidade de ter um edifício como aquele no coração de Lisboa, tem de abrir mão - nem que seja por determinado tempo, até ter condições de ter para ali um projecto credível - do direito de ser o único detentor da chave da porta.
Sobre o Financiamento do Transporte Público
António Costa diz que receitas da EMEL e IMI podem financiar transportes públicos
Algumas ideias que podem ser interessantes, num debate cada vez mais urgente, do financiamento dos transportes públicos. Mesmo tendo em conta que o IMI tem as suas falhas, por exemplo no coeficiente de localização.
24 abril 2013
Lisboa terá um Museu sobre a luta contra o fascismo
Foi hoje apresentado por António Costa o projecto do futuro Museu Resistência e Liberdade que a CML vai instalar na antiga prisão do Aljube.
Por pertencer ao Movimento Não Apaguem a Memória (NAM), não queria deixar de divulgar o comunicado do Movimento, que, naturalmente congratulando-se com a boa notícia, nota o facto de que o NAM, desde o início o principal dinamizador dessa ideia e dessa luta concreta, não ter sido convidado para a Comissão Instaladora que vai "definir os conteúdos programáticos, científicos e museológicos do futuro museu".
Trata-se de uma situação de tal forma estranha que é impossível não fazer especulações sobre o assunto...
Passados quase 40 anos sobre o 25 de Abril, a Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! (NAM) continua a lutar para que os poderes públicos assumam a responsabilidade de construção de um espaço para a divulgação pedagógica da memória colectiva dos combates pela democracia e pela liberdade em Portugal, que aproveite os locais emblemáticos dessa realidade como locais de memória da resistência. Neste particular, a transformação da antiga cadeia do Aljube num Museu da Resistência e da Liberdade sempre constituiu um dos principais ícones da mobilização cidadã impulsionada pelo NAM desde a sua criação, em 2005.
Um dos marcos importantes para a concretização desta iniciativa foi a assinatura de um protocolo entre o Município de Lisboa e o NAM em 25 de Abril de 2009. Com ele se criaram, por uma lado, condições favoráveis para a realização, em 2011, da Exposição “A Voz das Vítimas”, financiada pela Comissão para as Comemorações do Centenário da República, mas que contou, também, com o apoio da CML pela cedência e adaptação do espaço do Aljube para os fins pretendidos. Por outro lado, neste protocolo contemplou -se, também, a intenção da CML de criar o Museu da Resistência e da Liberdade.
Não poderíamos, portanto, deixar de nos congratular com a informação que nos foi comunicada pela CML, através de carta recebida a 19 de abril passado, na qual é reafirmada tal intenção.
Contudo, é com alguma estranheza que verificamos que, apesar de o NAM sempre ter sido o principal interlocutor da Câmara no que respeita à criação de um Museu no Aljube (tal como o já citado protocolo bem evidencia), o nosso Movimento não integra nem a Comissão Instaladora – que irá precisamente definir os conteúdos programáticos, científicos e museológicos do futuro museu - nem o nome da sua Presidente está associado a relação das 21 personalidades convidadas para fazer parte do denominado Conselho Consultivo.
Na verdade, o NAM é apenas referido como uma das 14 "Organizações de Memória" que também integram este Conselho.
Perante tal situação não podemos deixar de expressar publicamente o nosso protesto pela forma como o nosso Movimento foi marginalizado neste processo. Recordamos alguns passos decisivos que o NAM protagonizou com o objetivo da criação do Museu do Aljube, numa altura em que ninguém acreditava que fosse possível nem agir nesse sentido. Foi pela ação do NAM que no dia 1 de julho de 2006 mais de 200 pessoas, de entre os quais cerca de 30 antigos presos políticos, se reuniram frente à antiga cadeia do Aljube para reclamar a criação de um museu. Foi por iniciativa do NAM que inúmeras reuniões ocorreram com grupos parlamentares, Ministérios e órgãos da CML para os sensibilizar para a importância de resgatar do esquecimento a memória da resistência, nomeadamente através da criação de um museu na antiga cadeia do Aljube. Foi o NAM que fez a proposta da excelente exposição do Aljube, como estratégia de lançamento do futuro museu, para cuja execução convidou a Fundação Mário Soares e o Instituto de História Contemporânea.
Apesar de não entendermos a razão desta marginalização e do sentimento de injustiça que nos acompanha, não deixaremos de acolher o convite da CML dirigido à Presidente e Vice Presidente da direção do NAM para participarem na cerimónia do dia 24 de Abril, no Aljube, de apresentação do projecto do futuro museu, da sua Comissão Instaladora e do Conselho Consultivo.
Porque o que mais importa é que o Museu da Resistência e Liberdade possa em breve ser uma realidade.
Por pertencer ao Movimento Não Apaguem a Memória (NAM), não queria deixar de divulgar o comunicado do Movimento, que, naturalmente congratulando-se com a boa notícia, nota o facto de que o NAM, desde o início o principal dinamizador dessa ideia e dessa luta concreta, não ter sido convidado para a Comissão Instaladora que vai "definir os conteúdos programáticos, científicos e museológicos do futuro museu".
Trata-se de uma situação de tal forma estranha que é impossível não fazer especulações sobre o assunto...
Passados quase 40 anos sobre o 25 de Abril, a Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! (NAM) continua a lutar para que os poderes públicos assumam a responsabilidade de construção de um espaço para a divulgação pedagógica da memória colectiva dos combates pela democracia e pela liberdade em Portugal, que aproveite os locais emblemáticos dessa realidade como locais de memória da resistência. Neste particular, a transformação da antiga cadeia do Aljube num Museu da Resistência e da Liberdade sempre constituiu um dos principais ícones da mobilização cidadã impulsionada pelo NAM desde a sua criação, em 2005.
Um dos marcos importantes para a concretização desta iniciativa foi a assinatura de um protocolo entre o Município de Lisboa e o NAM em 25 de Abril de 2009. Com ele se criaram, por uma lado, condições favoráveis para a realização, em 2011, da Exposição “A Voz das Vítimas”, financiada pela Comissão para as Comemorações do Centenário da República, mas que contou, também, com o apoio da CML pela cedência e adaptação do espaço do Aljube para os fins pretendidos. Por outro lado, neste protocolo contemplou -se, também, a intenção da CML de criar o Museu da Resistência e da Liberdade.
Não poderíamos, portanto, deixar de nos congratular com a informação que nos foi comunicada pela CML, através de carta recebida a 19 de abril passado, na qual é reafirmada tal intenção.
Contudo, é com alguma estranheza que verificamos que, apesar de o NAM sempre ter sido o principal interlocutor da Câmara no que respeita à criação de um Museu no Aljube (tal como o já citado protocolo bem evidencia), o nosso Movimento não integra nem a Comissão Instaladora – que irá precisamente definir os conteúdos programáticos, científicos e museológicos do futuro museu - nem o nome da sua Presidente está associado a relação das 21 personalidades convidadas para fazer parte do denominado Conselho Consultivo.
Na verdade, o NAM é apenas referido como uma das 14 "Organizações de Memória" que também integram este Conselho.
Perante tal situação não podemos deixar de expressar publicamente o nosso protesto pela forma como o nosso Movimento foi marginalizado neste processo. Recordamos alguns passos decisivos que o NAM protagonizou com o objetivo da criação do Museu do Aljube, numa altura em que ninguém acreditava que fosse possível nem agir nesse sentido. Foi pela ação do NAM que no dia 1 de julho de 2006 mais de 200 pessoas, de entre os quais cerca de 30 antigos presos políticos, se reuniram frente à antiga cadeia do Aljube para reclamar a criação de um museu. Foi por iniciativa do NAM que inúmeras reuniões ocorreram com grupos parlamentares, Ministérios e órgãos da CML para os sensibilizar para a importância de resgatar do esquecimento a memória da resistência, nomeadamente através da criação de um museu na antiga cadeia do Aljube. Foi o NAM que fez a proposta da excelente exposição do Aljube, como estratégia de lançamento do futuro museu, para cuja execução convidou a Fundação Mário Soares e o Instituto de História Contemporânea.
Apesar de não entendermos a razão desta marginalização e do sentimento de injustiça que nos acompanha, não deixaremos de acolher o convite da CML dirigido à Presidente e Vice Presidente da direção do NAM para participarem na cerimónia do dia 24 de Abril, no Aljube, de apresentação do projecto do futuro museu, da sua Comissão Instaladora e do Conselho Consultivo.
Porque o que mais importa é que o Museu da Resistência e Liberdade possa em breve ser uma realidade.
23 abril 2013
22 abril 2013
Pequeno Almoço (em Lisboa)
É com um bocejo sonolento que invado a cidade adormecida mas nunca dormente, provindo do anel suburbano, na companhia de outros invasores que, de igual modo ainda indecisos, vacilam entre o abraço acolhedor das sete colinas e os braços de Morfeu que repousam do outro lado do Tejo, nas urbes dormitório que, apesar de serem detentoras de inegável dignidade ontológica (e mesmo de uma identidade própria e vincada), se questionam em cada vaivém pendular de formigas humanas que atravessam o rio ou percorrem quilómetros atraídas pela inegável força magnética que dimana do âmago olissiponense.
A questão reverbera na exaurida caixa craniana... Ora sussurrada como uma carícia, ora ribombante como um trovão: O estômago e a alma permanecem vazios. Aguardam o alimento que só a cidade proporciona, e que sacia corpo e espírito.
A vista que se desfruta do miradouro de Sta. Luzia. O cheiro do Tejo junto ao Cais do Sodré. A plenitude que só se sente quando repousamos o olhar sobre a cidade a partir do último andar de um prédio em Chelas. O galão e o pastel que se degustam numa cafetaria onde o tempo parou e o espaço é o de uma íngreme rua de Campolide.
Apetece não ter de partir ao cabo de mais um dia. Apetece fazer amor com esta amante de mil cores e sabores. Experiente e virginal a um tempo. O cigarro que se fuma lenta e pausadamente... E um sono reparador sob o manto de estrelas que se avistam quando olhamos para o alto, tendo sob as costas uma rua de Alfama ou da Mouraria.
Entro no café onde todos me conhecem. Do lado oposto do balcão, os olhos vermelhos de sono (ou falta dele) e um sorriso que é a própria Lisboa dos pregões, das aldeias urbanas, da solidária cumplicidade que verte toda a vida nos ouvidos dos que partilham um mesmo espaço de que é dito que é pincelado de uma luz que não existe noutra parte... Oiço, numa pergunta que encerra uma afirmação reiterada a cada manhã: "Gabriel, Uma bica pingada e um pão com manteiga?"
Ciclistas na ponte 25 de Abril
Acabo de ver um ciclista urbano a pedalar de cabelos ao vento pela ponte 25 de Abril.
As autoridades colocaram o X vermelho no mostrador por cima da faixa da direita e já o esperavam do outro lado com ar de poucos amigos.
De facto, à semelhança da "ponte irmã" de S. Francisco, penso que a ponte de Lisboa poderia muito bem ter uma faixa pedonal e cicclável.
As autoridades colocaram o X vermelho no mostrador por cima da faixa da direita e já o esperavam do outro lado com ar de poucos amigos.
De facto, à semelhança da "ponte irmã" de S. Francisco, penso que a ponte de Lisboa poderia muito bem ter uma faixa pedonal e cicclável.
19 abril 2013
Livre Trânsito
Hoje de manhã na Avenida da Liberdade, sob gestão da Polícia de Trânsito, o passeio foi ocupado cuidadosamente com estacionamento de carros do corpo diplomático.
Então o que é que querem, está ali um passeio tão largo...
Então o que é que querem, está ali um passeio tão largo...
18 abril 2013
Câmara quer entregar Teatro Mário Viegas à Produções Fictícias
A Vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, provavelmente até por já ter tido chatices com a Inspecção Geral das Finanças quando era Secretária de Estado da Cultura, é conhecida por ser extremamente zelosa no cumprimento dos procedimentos formais de contratação pública, burocracias várias, etc.
Se são assim que estão desenhadas as regras, como critica-la? Pouco mais podemos dizer do que lamentar que tantos funcionários, dirigentes e servidores públicos acabem por meter todo o enfoque no cumprimento de normas formais e procedimentos estabelecidos e quase nenhum nos objectivos finais da sua Missão, cujas normas e procedimentos deveriam justamente ajudar a levar a bom porto e não dificultar... É um problema complexo da Administração Pública, nada fácil de solucionar.
Não estranho por isso que a argumentação da Vereadora para retirar o a sala Teatro-Estúdio Mário Viegas (TEMV) à Companhia de Teatro do Chiado (CTC) passe por "não estar a cumprir o estipulado, nomeadamente a obrigação de enviar o plano de atividades e o respetivo orçamento até 31 de janeiro", embora não seja só essa a razão e eu não tenha informação para avaliar se a CTC deva ou não continuar a ter o apoio da câmara na ocupação do TEMV.
Não tenho essa informação mas também não será preciso ter mais informações do que as do Vereador do CDS para ter as mais sérias dúvidas com a entrega do TEMV às "Produções Fictícias" (com mais um envelope financeiro de 60 mil euros!): «a 'Produções Fictícias' é uma sociedade comercial que vende conteúdos, sem concurso público», disse António Carlos Monteiro.
A direita vê nisto um claro favorecimento de uma "empresa esquerdista"; "o Costa quer fazer um favor ao Ricardo Araújo Pereira", etc (admira-te!...) ao mesmo tempo que descobriu agora o contributo absolutamente extraordinário da CTC para a cultura da cidade.
Quanto a mim, nem Produções Fictícias nem CTC.
Não temos tantas salas de teatro no coração de Lisboa para estar a cedê-las de ânimo leve e por períodos prolongados a estes ou àqueles.
O TEMV, à imagem do S. Luiz e Maria Matos, deveria ser gerido directamente pela empresa pública EGEAC e deveria acolher uma diversidade tão grande quanto possível de projectos na área das artes preformativas. Isso sim, seria verdadeiro serviço público e apoio à cultura.
Se são assim que estão desenhadas as regras, como critica-la? Pouco mais podemos dizer do que lamentar que tantos funcionários, dirigentes e servidores públicos acabem por meter todo o enfoque no cumprimento de normas formais e procedimentos estabelecidos e quase nenhum nos objectivos finais da sua Missão, cujas normas e procedimentos deveriam justamente ajudar a levar a bom porto e não dificultar... É um problema complexo da Administração Pública, nada fácil de solucionar.
Não estranho por isso que a argumentação da Vereadora para retirar o a sala Teatro-Estúdio Mário Viegas (TEMV) à Companhia de Teatro do Chiado (CTC) passe por "não estar a cumprir o estipulado, nomeadamente a obrigação de enviar o plano de atividades e o respetivo orçamento até 31 de janeiro", embora não seja só essa a razão e eu não tenha informação para avaliar se a CTC deva ou não continuar a ter o apoio da câmara na ocupação do TEMV.
O TEMV, para quem não sabe, é aquele equipamento mais pequeno ao lado do S. Luiz, no Chiado
Não tenho essa informação mas também não será preciso ter mais informações do que as do Vereador do CDS para ter as mais sérias dúvidas com a entrega do TEMV às "Produções Fictícias" (com mais um envelope financeiro de 60 mil euros!): «a 'Produções Fictícias' é uma sociedade comercial que vende conteúdos, sem concurso público», disse António Carlos Monteiro.
A direita vê nisto um claro favorecimento de uma "empresa esquerdista"; "o Costa quer fazer um favor ao Ricardo Araújo Pereira", etc (admira-te!...) ao mesmo tempo que descobriu agora o contributo absolutamente extraordinário da CTC para a cultura da cidade.
"O Inimigo Público" é um dos projectos das PF que mais acompanho e aprecio... e muita porrada leva lá o Governo!
Quanto a mim, nem Produções Fictícias nem CTC.
Não temos tantas salas de teatro no coração de Lisboa para estar a cedê-las de ânimo leve e por períodos prolongados a estes ou àqueles.
O TEMV, à imagem do S. Luiz e Maria Matos, deveria ser gerido directamente pela empresa pública EGEAC e deveria acolher uma diversidade tão grande quanto possível de projectos na área das artes preformativas. Isso sim, seria verdadeiro serviço público e apoio à cultura.
16 abril 2013
Uma aventura no "interface" de Alcântara
"Próxima Estação: Alcântara-Terra. Há correspondência com (...) a Linha de Cascais".
É o que diz a voz gravada no comboio da "Linha da Azambuja" quando estamos a chegar a Alcântara-Terra. É natural que sintamos aquela confiança que a palavra "correspondência" em matéria de transportes nos indica: a de que poderemos circular de forma simples até à referida estação de correspondência (Alcântara-Mar). De facto a estação é já ali à frente, mas a "interface" é um engano. Falta tudo: Sinalízação, passadeiras, espaço pedonal (mínimo), pavimento adequado e liso para malas com rodas, escadas rolantes avariadas, passagem subterrânea em Alcântara-Mar um susto inenarrável.
A aventura começa da pior maneira: o atravessamento da Rua Prior do Crato é ao melhor estilo de Bombaim. Não há passadeira e os carros vêm de todos os lados. Os peões LITERALMENTE ARRISCAM a vida, tirando partido do tráfego estar bloqueado na maior parte do tempo e ser possivel "negociar" à vista com os condutores. Acaba por ser mais seguro do que parece, porque pela cara dos condutores, estamos em presença de "Peões suícidas", pelo que é melhor deixá-los passar. A foto seguinte fala por si.
Prossigamos a nossa aventura. Não morremos ao atravessar a Rua Prior do Crato.
O que aí vem a seguir na apertada Rua João Oliveira Miguens é menos grave, mas pode ser fatal, sobretudo no sentido Norte-Sul. A rua, de sentido único, não tem espaço pedonal, já que há estacionamento. Mais uma vez é necessário acreditar que o carro que vem atrás de nós nos vê e nos dá tempo de podermos esconder-nos por entre os carros estacionados. O pavimento são cubos largos, impróprio para circular, sobretudo no contexto de uma "interface" entre duas estações.
Na Rua de Cascais gozamos de um momento de descanso. O passeio é muito largo e, apesar da calçada, é recente e lisa e a arte urbana do lado esquerdo distrai. Avancemos para o último nível: descer a passagem subterrânea sob a Avenida da Índia.
As fotos mostram um cenário inqualificável. As escadas rolantes há muito que não funcionam, está tudo grafitado, sujo e há água pelo chão. As casas de banho estão encerradas, não há ninguém na estação, até um antigo café fechou. Faltam calhas para as bicicletas (seria um detalhe, mas estamos numa "interface"...).
A aventura seguinte seria subir às plataformas e esperar o comboio. A estação de Alcântara-Mar é a imagem da degradação ferroviária e o serviço da Linha de Cascais tem sido notícia pelas piores razões. Poupo esse assunto para outras "aventuras". Esta já tem que chegue.
15 abril 2013
A Praça do Areeiro
A atenção que o Executivo de António Costa tem dado à requalificação de muitos espaços públicos, contrasta com o estado deplorável em que se encontra a praça do Arreiro, conhecida oficialmente, desde os tempos áureos do Cavaquismo, por praça Sá Carneiro.
Não sendo das mais importantes praças de Lisboa, não deixa de ser uma
importante entrada da cidade, nomeadamente, para quem chega de avião e
aterra no Aeroporto. É uma pena o que ali tem sido feito ao longo dos anos...
Desde os túneis (as auto-estradas da cidade, como lhe chamava o próprio executivo - João Soares - da altura), à construção dos mamarrachos com mais de 10 andares, tipo Rio de Mouro ou Rinchoa, passando por aquela obra extraordinária que foi feita há uns anos de "ovulação" da rotunda para permitir "maior fluidiz de transito" entre a Almirante Reis e a Gago Coutinho, tudo de mau foi feito à praça.
Mas o pior, claro, foi o gigantesco monumento com mais de 19 metros de altura, inaugurado em 1991 pelo então Presidente da Câmara Jorge Sampaio.
Para além do discutível valor estético deste "monumento ao decapitado", a simbologia política é ainda mais discutível e pantanosa... Não é por acaso que a ideia da estátua surge de uma petição dinamizada pelo jornal de extrema-direita "O Dia".
Sá Carneiro, foi o líder de uma aliança de direita que no fundamental tinha como missão a alteração profunda do quadro económico, social, político, instuticional do Portugal da revolução de Abril. «Um Governo, uma Maioria, um Presidente», era o que pedia Sá Carneiro para levar a cabo a sua tarefa (hoje, se fosse vivo, talvez acrescentasse «Um Tribunal Constitucional»), pelo que não deixa de ser espantoso o facto de ser, precisamente, o primeiro Presidente de uma coligação de esquerda na CML, a concretizar a desproporcionada homenagem.
Do meu ponto de vista, não há então nenhuma requalificação realmente positiva que não passe pela retirada definitiva do "decapitado".
...Mas até lá, uma pequena lavagem de cara à praça (o que custa tirar divisórias de plástico, tapumes e proibir o estacionamento ali pelo meio?) já era muito bem vinda.
Desde os túneis (as auto-estradas da cidade, como lhe chamava o próprio executivo - João Soares - da altura), à construção dos mamarrachos com mais de 10 andares, tipo Rio de Mouro ou Rinchoa, passando por aquela obra extraordinária que foi feita há uns anos de "ovulação" da rotunda para permitir "maior fluidiz de transito" entre a Almirante Reis e a Gago Coutinho, tudo de mau foi feito à praça.
Mas o pior, claro, foi o gigantesco monumento com mais de 19 metros de altura, inaugurado em 1991 pelo então Presidente da Câmara Jorge Sampaio.
Para além do discutível valor estético deste "monumento ao decapitado", a simbologia política é ainda mais discutível e pantanosa... Não é por acaso que a ideia da estátua surge de uma petição dinamizada pelo jornal de extrema-direita "O Dia".
Sá Carneiro, foi o líder de uma aliança de direita que no fundamental tinha como missão a alteração profunda do quadro económico, social, político, instuticional do Portugal da revolução de Abril. «Um Governo, uma Maioria, um Presidente», era o que pedia Sá Carneiro para levar a cabo a sua tarefa (hoje, se fosse vivo, talvez acrescentasse «Um Tribunal Constitucional»), pelo que não deixa de ser espantoso o facto de ser, precisamente, o primeiro Presidente de uma coligação de esquerda na CML, a concretizar a desproporcionada homenagem.
Do meu ponto de vista, não há então nenhuma requalificação realmente positiva que não passe pela retirada definitiva do "decapitado".
...Mas até lá, uma pequena lavagem de cara à praça (o que custa tirar divisórias de plástico, tapumes e proibir o estacionamento ali pelo meio?) já era muito bem vinda.
Nota: O pedido de esclarecimento feito por mim, há semanas, à CML, através do serviço "Atendimento on-line", sobre os projectos pendentes para a praça e motivos para a existência de um estaleiro em espaço público durante anos, foi ignorado. Nem à resposta da praxe ("Obrigado pela sua questão que foi remetida para os serviços competentes para ser respondida com a brevidade possível") tive direito.
13 abril 2013
12 abril 2013
Alteração Simplificada PDM Lisboa - Discussão Pública
Foi aprovado na Reunião de Câmara do dia
27 de março de 2013 a abertura do período e discussão pública da
alteração simplificada do plano Diretor Municipal para imóveis desafetos
do domínio público militar, de acordo com o artigo 157.ª da lei n.º
66-B, DR n.º 252, suplemento, Série I, de 31 de dezembro, nos termos da
proposta n.º199/2013. Discussão pública após publicação em Diário da
República.
11 abril 2013
Uma Santanada
Fazem falta tantos mais investimentos em mobilidade ciclável na cidade e isso é tão importante para termos uma cidade mais humanizada, despoluída, com mais gente, em que apeteça viver, que me custa atacar um projecto camarário nessa área... mas num contexto de constrangimentos financeiros, isto, mais que um tiro ao lado, roça a "Santanada".
Conheço bem o discurso das bicicletas eléctricas. É complementar ao das colinas e ao da falta de duches nos locais de destino...
Caricaturando um pouco, diria que a ideia vem sobretudo daquele pessoal que vive a contradição entre um discurso e uma percepção de que a cidade não aguenta com mais carros, e um sentimento pessoal de que sem carro não se consegue pura e simplesmente ter uma vida normal.
Imagino Nunes da Silva assim. A pensar para os seus botões «Se eu fosse Vereador em Amesterdão ou em Paris, andaria de bicicleta para todo o lado... As pessoas ver-me-iam a passar de bicicleta com o meu cachimbo e diriam "Lá vai o Professor de bicicleta"... Agora cá em Lisboa é impossível... Só se fosse com uma bicicleta eléctrica!».
O resultado só pode ser mau.
Para além do dinheiro mal gasto - os custos associados a este tipo de bicicletas e respectiva manutenção superam em larga escala o custo e manutenção de bicicletas convencionais - num serviço sem utilidade pública e que vai competir com serviços semelhantes, prestados aos turistas, por pequenas empresas e empreendedores privados da cidade; o problema mais grave, do meu ponto de vista, na linha em que já apontou o Miguel, é que desacredita as enormes virtuosidades do projecto inicial, retirando margem de manobra política para a sua implementação num futuro que se quer mais próximo possível.
É preciso que isto seja dito claramente: Na verdade, o sistema que vai ser agora implementado, não é um verdadeiro sistema de bicicletas de uso partilhado. É um pequeno negócio de aluguer de bicicletas eclécticas a turistas, concebido, ainda para mais, por alguém que tem preconceitos em relação à bicicleta como modo de deslocação dentro da cidade.
É também lamentável que se envolva a EMEL neste projecto. Coloquem ao menos a Associação de Turismo de Lisboa a tratar disto... Terá a EMEL quadros a mais sem missões para cumprir? Terá a EMEL excesso de fundos e nenhum investimento a fazer na sua área de acção?
É que são caprichos deste género que levam às vezes empresas públicas (como a EMEL), perfeitamente saudáveis e funcionais, a desarticularem-se e a terem resultados negativos. Depois levantam-se as habituais vozes pela concessão e privatização a privados... Mas isso é outro tema, para outro post...
Conheço bem o discurso das bicicletas eléctricas. É complementar ao das colinas e ao da falta de duches nos locais de destino...
Caricaturando um pouco, diria que a ideia vem sobretudo daquele pessoal que vive a contradição entre um discurso e uma percepção de que a cidade não aguenta com mais carros, e um sentimento pessoal de que sem carro não se consegue pura e simplesmente ter uma vida normal.
Imagino Nunes da Silva assim. A pensar para os seus botões «Se eu fosse Vereador em Amesterdão ou em Paris, andaria de bicicleta para todo o lado... As pessoas ver-me-iam a passar de bicicleta com o meu cachimbo e diriam "Lá vai o Professor de bicicleta"... Agora cá em Lisboa é impossível... Só se fosse com uma bicicleta eléctrica!».
O resultado só pode ser mau.
Para além do dinheiro mal gasto - os custos associados a este tipo de bicicletas e respectiva manutenção superam em larga escala o custo e manutenção de bicicletas convencionais - num serviço sem utilidade pública e que vai competir com serviços semelhantes, prestados aos turistas, por pequenas empresas e empreendedores privados da cidade; o problema mais grave, do meu ponto de vista, na linha em que já apontou o Miguel, é que desacredita as enormes virtuosidades do projecto inicial, retirando margem de manobra política para a sua implementação num futuro que se quer mais próximo possível.
É preciso que isto seja dito claramente: Na verdade, o sistema que vai ser agora implementado, não é um verdadeiro sistema de bicicletas de uso partilhado. É um pequeno negócio de aluguer de bicicletas eclécticas a turistas, concebido, ainda para mais, por alguém que tem preconceitos em relação à bicicleta como modo de deslocação dentro da cidade.
É também lamentável que se envolva a EMEL neste projecto. Coloquem ao menos a Associação de Turismo de Lisboa a tratar disto... Terá a EMEL quadros a mais sem missões para cumprir? Terá a EMEL excesso de fundos e nenhum investimento a fazer na sua área de acção?
É que são caprichos deste género que levam às vezes empresas públicas (como a EMEL), perfeitamente saudáveis e funcionais, a desarticularem-se e a terem resultados negativos. Depois levantam-se as habituais vozes pela concessão e privatização a privados... Mas isso é outro tema, para outro post...
07 abril 2013
El coche nos cuesta
Há cerca de 20 anos atrás, o excesso de automóveis já era um problema muito grave na gigantesca Cidade do México. Foi então implementada uma medida bem simples que, apesar de bem intencionada, poderá ter contribuído até para agravar o problema.
Foram implementadas medidas restritivas à circulação durante determinados dias da semana conforme o número da matrícula. Resultado: muitas das famílias que já tinham automóvel, tiveram mais um incentivo para adquirir uma 2ª ou 3ª viatura para poder contornar a proibição.
Hoje em dia, segundo notícias que nos chegam, a abordagem para a resolução deste problema tem sido muito sofisticada, envolvendo recursos muito substanciais (mas provavelmente não tantos como os que já foram gastos para criar toda a panóplia de infraestruturas para os carros), inspirados nas melhores práticas das capitais europeias:
Apesar da diferença de escala, os paralelismos com os problemas que a cidade de Lisboa são evidentes.
Numa altura que todos os candidatos e quadros partidários deverão estar a preparar os seus programas às eleições autárquicas, fica aqui a sugestão para eles, de visualização desta pequena apresentação do ITDP-México que o meu amigo João Pimentel Ferreira tem andado a divulgar.
Foram implementadas medidas restritivas à circulação durante determinados dias da semana conforme o número da matrícula. Resultado: muitas das famílias que já tinham automóvel, tiveram mais um incentivo para adquirir uma 2ª ou 3ª viatura para poder contornar a proibição.
Hoje em dia, segundo notícias que nos chegam, a abordagem para a resolução deste problema tem sido muito sofisticada, envolvendo recursos muito substanciais (mas provavelmente não tantos como os que já foram gastos para criar toda a panóplia de infraestruturas para os carros), inspirados nas melhores práticas das capitais europeias:
- Aposta nos transportes públicos (TP)
- Densificação da cidade, nomeadamente em torno de terminais de TP
- Encarecimento do preço dos combustíveis para automóveis (diminuição dos subsídios)
- Taxação do seu uso/ocupação do espaço público (nomeadamente parquímetros)
- Redesenho do Espaço Público, retirando espaço ao automóvel (estreitamento ou retirada de faixas de rodagem)
Apesar da diferença de escala, os paralelismos com os problemas que a cidade de Lisboa são evidentes.
Numa altura que todos os candidatos e quadros partidários deverão estar a preparar os seus programas às eleições autárquicas, fica aqui a sugestão para eles, de visualização desta pequena apresentação do ITDP-México que o meu amigo João Pimentel Ferreira tem andado a divulgar.
05 abril 2013
Sem Plano B
O Tribunal de Lisboa chumbou o recurso apresentado pelo PSD sobre o impedimento da candidatura de Fernando Seara.
Alguns comentadores especulam sobre se não seria melhor apresentar outro candidato, mas o PSD preferiu recorrer... É que não é nada fácil arranjar um plano B.
Os últimos mandatos do PSD não correram bem em Lisboa e, para complicar as coisas à direita, o Governo PSD/CDS está cada vez mais impopular. Se Fernando Seara se disponibilizou a ser o candidato em Lisboa, agora é para levar até ao fim.
Para além disso, em última instância, será extremamente improvável que o Tribunal Constitucional impeça a candidatura de Seara.
No entanto, tudo isto são mais grãos de areia na engrenagem de uma candidatura que já por si enfrenta enormes dificuldades... António Costa parece caminhar a passos largos para a vitória.
Quem poderá tirar partido disso é João Ferreira e João Semedo.
Sem "o perigo da direita", o argumento do voto útil, que tanto persegue e prejudica os pequenos partidos à esquerda, perde toda força e deixa a CDU e o BE num bom contexto para obter um bom resultado. Saibam estes partidos mostrar que serão o mais-valia para a cidade e para os cidadãos e que cada voto neles contará para resolver os seus problemas e responder aos seus anseios.
02 abril 2013
A Paisagem como Transformação - A evolução da paisagem de Lisboa
Uma sessão das diversas conferencias na Culturgest.Uma rápida descrição da evolução da paisagem em Lisboa
"A conferência Lisboa: a espessura do Tempo põe
em perspetiva a ideia de que a construção da Cidade de Lisboa enquanto
uma forma de Paisagem é um fenómeno que se pode compreender a partir do
conhecimento da sua Natureza, da transformação dessa Natureza em
Paisagem, da construção da sua Paisagem enquanto fenómeno Cultural e do
potencial de desenvolvimento que contém no seu próprio Corpo e
Identidade. A aproximação à complexidade desta forma de Paisagem que se
constitui como Cidade é feita de forma não-linear, porque o que resulta
do conhecimento a partir de diferentes perspetivas (a Natureza, a
Construção, a Cultura e a sua Revelação) não pode jamais ser entendido
de forma fragmentada, mas através da sua articulação. Terá a Paisagem da
Cidade de Lisboa uma Genética que contem todos estes dados e a explica?
Poderá ser entendida enquanto Erupção, Sedimentação e Metamorfose de
factos Naturais e Culturais interrelacionados e cristalizados na forma
urbana e nas suas dinâmicas? Poderá o desenvolvimento de um novo ciclo
histórico, cultural e económico, recriar a sua identidade, poder
económico e afirmação cultural, e construir uma Cidade, que é uma
Região, que é uma Paisagem Global?
Desenvolvendo-se ao longo de quatro sessões durante o mês de fevereiro, a conferência abordará os temas da ‘Natureza da Cidade’, da ‘Paisagem como Transformação’, da ‘Paisagem como Construção Cultural’ e da ‘Espessura do Tempo’, procurando introduzir diversas perspetivas de conhecimento acerca da formação da Cidade de Lisboa, da sua Natureza subjacente e presente, da sua receção enquanto fenómeno cultural e coletivo, e do seu potencial de renascimento e transformação, questionando de que forma a sua Identidade pode constituir a principal energia e processo de renascimento.
Desenvolvendo-se ao longo de quatro sessões durante o mês de fevereiro, a conferência abordará os temas da ‘Natureza da Cidade’, da ‘Paisagem como Transformação’, da ‘Paisagem como Construção Cultural’ e da ‘Espessura do Tempo’, procurando introduzir diversas perspetivas de conhecimento acerca da formação da Cidade de Lisboa, da sua Natureza subjacente e presente, da sua receção enquanto fenómeno cultural e coletivo, e do seu potencial de renascimento e transformação, questionando de que forma a sua Identidade pode constituir a principal energia e processo de renascimento.
João Gomes da Silva (Lisboa, 1962) é Arquiteto-Paisagista, vive e
trabalha em Lisboa e dedica-se à produção de pensamento e espaço de
Paisagem. A conferência resulta do seu envolvimento no Laboratório de
Paisagem. É professor no Departamento de Arquitetura da Universidade
Autónoma de Lisboa, e na Accademia di Architettura di Mendrisio."
Fonte Culturgest
Ver video: https://vimeo.com/59563699
Fonte Culturgest
Ver video: https://vimeo.com/59563699
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