Só ontem me apercebi que a Rosa Félix, inexplicavelmente, "postou" esta notícia no nosso Facebook e não postou no blog.
Trata-se efectivamente de uma das mais importantes notícias para Lisboa nos últimos anos e está a passar despercebida aos lisboetas.
Teremos todos tempo, daqui a um ou dois anos, de verificar se tenho ou não tenho razão. O aparecimento de um parque urbano daquela dimensão na Graça, no coração de Lisboa, vai revolucionar pela positiva toda a vivência daquela zona histórica, fortemente povoada e com muito turismo.
Aqui fica, aliás, a dica para os especuladores: "o mercado" ainda não absorveu esta novidade - talvez por ser protagonizada pelo Vereador do Ambiente da CML, ódio de estimação de alguns influentes jornalistas e opinion makers locais (ver nota 1).
Tenho estado a procurar casa nas zonas históricas e nenhum mediador imobiliário me chamou a atenção de que logo ali, à beira do largo da Graça, irá aparecer um jardim de mais de 1,5 hectares, árvores de fruto, locais de lazer e parque infantil e até algum espaço para hortas.
Nota 1: Esta notícia de Inês Boaventura é um caso estudo: Com o título «Obras no jardim do Convento da Graça começaram anos depois do prometido», a peça transforma o que seria em qualquer parte do mundo uma excelente notícia para a cidade, num caso obscuro em que «o alerta para o início dos trabalhos foi dado pelo Fórum Cidadania Lisboa» - creio que se refere ao blog Cidadania Lx - «a quem um morador da Graça se queixou do facto de a autarquia não ter divulgado qualquer informação sobre a empreitada e de estarem a ser abatidas várias árvores no local».
Ou seja: um autêntico "diz que disse" em que inevitavelmente aparecem os rumores de "árvores abatidas", fenómeno já tratado pelo Duarte, noutro post.
Trata-se efectivamente de uma das mais importantes notícias para Lisboa nos últimos anos e está a passar despercebida aos lisboetas.
Teremos todos tempo, daqui a um ou dois anos, de verificar se tenho ou não tenho razão. O aparecimento de um parque urbano daquela dimensão na Graça, no coração de Lisboa, vai revolucionar pela positiva toda a vivência daquela zona histórica, fortemente povoada e com muito turismo.
Aqui fica, aliás, a dica para os especuladores: "o mercado" ainda não absorveu esta novidade - talvez por ser protagonizada pelo Vereador do Ambiente da CML, ódio de estimação de alguns influentes jornalistas e opinion makers locais (ver nota 1).
Tenho estado a procurar casa nas zonas históricas e nenhum mediador imobiliário me chamou a atenção de que logo ali, à beira do largo da Graça, irá aparecer um jardim de mais de 1,5 hectares, árvores de fruto, locais de lazer e parque infantil e até algum espaço para hortas.
Nota 1: Esta notícia de Inês Boaventura é um caso estudo: Com o título «Obras no jardim do Convento da Graça começaram anos depois do prometido», a peça transforma o que seria em qualquer parte do mundo uma excelente notícia para a cidade, num caso obscuro em que «o alerta para o início dos trabalhos foi dado pelo Fórum Cidadania Lisboa» - creio que se refere ao blog Cidadania Lx - «a quem um morador da Graça se queixou do facto de a autarquia não ter divulgado qualquer informação sobre a empreitada e de estarem a ser abatidas várias árvores no local».
Ou seja: um autêntico "diz que disse" em que inevitavelmente aparecem os rumores de "árvores abatidas", fenómeno já tratado pelo Duarte, noutro post.
Bela propaganda. Entre outras, pelo trato concedido ao turismo, como se este fosse uma coisa boa em si mesma. Faltou também apontar para a possibilidade do projecto da Horta do Monte ser incompatível com essa jardinização forçada.
ResponderEliminarOutras hortas? Como as do Parque Bensáude? Quem é que quer pagar mais de 100€ por ano para ter uma horta quando não paga nada usando os baldios? Eu respondo: precisamente quem não precisa de uma horta para suprir uma magra reforma, subsídio ou ordenado.
Já agora: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2013N39744
ResponderEliminar"Propaganda" é o termo que eu te poderia devolver com muito mais propriedade, Tiago.
ResponderEliminarSem o "bela", claro, uma vez que a Horta Comunitária que lá há hoje é apenas uma mera sombra do que existiu (enquanto horta e enquanto comunidade), ainda nos tempos em que o GAIA tinha a sede ali ao pé.
De qualquer forma - abandonos à parte - pôr em causa todo um projecto como a abertura ao público e requalificação (jardinação forçada?) dos jardins do quartel da Graça por causa de uma parcela de terreno que também está envolvida no projecto (ver no mapa da notícia - assinalado com o nº3) custa ainda mais a compreender como esse argumento de que o eventual acréscimo de turistas na Graça possa ser negativo...
O resto do teu comentário também é impossível de acompanhar.
Independentemente de ser mesmo muito discutível que a taxa camarária para ocupação do terreno seja de 1,28 euros/ano/metro quadrado (mais 20 euros ano, "a título de comparticipação pelos custos suportados pela CML com o funcionamento e manutenção das partes comuns do Parque Hortícola"), não percebo como é que não valorizas o facto de um terreno baldio, fechado por tapumes, utilizado tantas vezes como vazadouro ilegal de entulho, ter sido transformado num parque, com hortas (que antes não existiam), que os moradores de Benfica sabem muito bem utilizar.
Quem dispara assim comentários, ilustrados até com magros reformados a serem expulsos pelos hortelões ricos de Benfica, se quer ser respeitado, devia ao menos pensar duas vezes antes de chamar propagandista a outros...
Concretiza as tuas insinuações, não tenho telhados de vidro.
ResponderEliminarVoltando à vaca fria: tresleste-me.
Não pus em causa "todo um projecto como a abertura ao público e requalificação" por causa de uma "parcela de terreno" que é a Horta do Monte. Quis sim mencionar uma omissão que considero pertinente.
As verdadeiras hortas urbanas que hoje Lisboa dispõe, de cariz alimentar, e não de jaez lúdico ou pedagógico, não são as hortas institucionais, presentes ou futuras. São hortas cujas benfeitorias e demais fazendas, desde as camas, ao regadio, às cercas e às alfaias foram adquiridas e construídas em esquema comunitário pelos diversos baldios, logradouros e terrenos abandonados que há por Lisboa, por populações de vilas, bairros e zonas deprimidas, e que como tal buscam um complemento para os seus rendimentos. Aconselho-te a visitares o vale de Chelas, a zona de Xabregas e Marvila, em cujas linhas de festo e de colo as hortas surgem aos montes por entre ruínas. O mesmo aconteceria em Alcântara não fosse esse vale estar recheado de alcatrão. Já para não falar da Amadora. A terra estava ali, próxima delas, e tudo era óbvio demais, porque Lisboa tem inúmeros migrantes com um vincado passado rural. A Horta do Monte é em parte uma tentativa de acender estas tendências e dar a conhecer as mais-valias ligadas à agricultura urbana como prática comunitária; parece-me grosseiro não mencioná-la e não referir o facto do seu futuro estar em risco por causa deste projecto. De qualquer maneira, não é verdade que qualquer baldio tenha de resultar num depósito de entulho. As populações sabem auto-regular-se. Não adianta estares a caricaturar o que disse. Basta dizer-se que as hortas institucionais não terão o mesmo cariz que as já existentes, porque a acessibilidade às mesmas é diferenciado. Seria uma reflexão que teria como base um princípio bastante mais realista, que é admitir que tais hortas poderão ter funções pedagógicas, mas que os utilizadores não necessitam mesmo delas para a sua alimentação.
A questão dos turistas, no teu texto, também me parece outra mitificação. O que é "revolucionar pela positiva toda a zona histórica da Graça", porque é que o turismo tem um papel nisso, e porque é ele inerentemente positivo? Não incorre muito paisagismo no dilema de recuperar e embelezar áreas para depois assistir à descaracterização da massa humana que lá habitava?
Parece-me que já é tempo de acabar com a dicotomia ingénua que reina no turismo, e que é a do "visitante" e a do "visitado". O visitante chega a um sítio e supõe que todo o pitoresco e toda a paisagem humana que presencia é "autêntica", representativa da cidade ou do país; caiu lá, fotografa, passeia-se, come e acha que tudo o que rodeia nem dá por ele, quando na verdade o "visitado" procura-o avidamente, esperando a sua visita, e para isso foi modelando profundamente o tecido urbano e social, na ânsia de recolher as suas esmolas. Um pensa que visita uma cidade real quando na verdade ela chega por vezes a ser quase um cenário, uma imagem adaptada ao que os empresários imaginam ser o seu gosto.
Mais uma vez, trata-se de só pensarmos com algum realismo. Queremos fazer uma cidade para quem, para os lisboetas, para os turistas? E porquê?
"Insinuações"? "Telhados de vidro"? ó diaxo...
ResponderEliminarO que digo, pensava eu, é muito claro: Acusas o meu post de ser "propaganda". E eu digo-te que é o teu (primeiro) comentário sobre "a jardinação forçada" , quanto a mim, é que tem essas características.
Mesmo que eu parta do princípio que não te apercebas do quanto é para mim ofensivo que venhas para o meu blog dizer que os meus posts são propaganda, não te podes melindrar tanto que eu te queira devolver a acusação.
Voltando à vaca fria: Na minha opinião o aparecimento deste novo parque é um dos acontecimentos mais importantes dos ultimos anos. Pela sua dimensão, por estar localizado no coração da cidade e pelo o facto de ter estado - e continuar a estar até à inauguração do parque - vedado ao público.
Na minha opinião, face a isto, lamento, mas não é assim tão relevante a questão do projecto englobar o terreno da horta do monte... Ainda para mais, como expliquei, porque a horta já não é o que era e qualquer uma das hortas de que falas e que me aconselhas a visitar, ou qualquer uma das hortas nos taludes da IC19, mete no chinelo o que lá está.
Só se houve alguma reviravolta desde a última vez que lá estive.... duvido....Queres ir lá amanhã, Sábado, com o teu propagandista preferido beber um café, ver a horta e a comunidade?
Para além do mais, o projecto agora apresentado, incluiu também hortas. Não é propriamente o despejo da casa da rua de s. lázaro: fim de uma coisa que havia para dar origem ao vazio.
Tu dizes-me que a diferença é que no futuro os horteãos terão de pagar para ocupar o terreno público? Bem... eu diria que isso é outra questão, mas não deixo de dizer que se os preços forem idênticos aos do parque Bensaúde, não me parece assim uma diferença tão dramática.
Dizes-me ainda que as hortas que existem agora quanto muito "poderão ter funções pedagógicas" e imaginas que as futuras hortas daquele espaço tomarão o mesmo caminho, ao contrário daquela que lá hoje existe, em que "os utilizadores não necessitam mesmo delas para a sua alimentação."
Acho que estás muito enganado, até porque essas generalizações dificilmente poderiam corresponder à realidade.
Amanhã, Sábado, depois de visitarmos a horta do monte, vamos visitar as hortas "institucionais" e poderás ver quem é que está a fazer pedagogia e quem é que está a produzir alimentos. Poderás até falar com quem estiver a trabalhar nas "hortas institucionais" (creio que será mais difícil fazê-lo na Graça) e procurar aferir da sua situação socio-económica... Eu nunca o fiz porque não tive lata, mas contigo e embuido deste espírito de missão, vou ter muito gosto.
Finalmente, agora digo-te eu, que não podes esquecer que a Quinta da Granja agora tem essas hortas e antes era um baldio com um projecto de construção aprovado, onde se despejava entulho. Isto não é uma caricatura. É um facto. Não era uma verdadeira horta urbana de cariz alimentar auto-regulada pela população que se transformou numa horta para ricos. Era um baldio, ao lado do colégio militar e que agora é o parque que vamos visitar amanhã.
Quanto à questão do turismo, é paralela a este debate.
ResponderEliminarNo meu texto inicial apenas chamava a atenção para que a zona, para além de ser uma zona residencial por excelência era uma zona onde passavam muitos turistas. Não dizia que o parque era bom para o turismo.
Na minha opinião o parque é bom para todos os que visitam a cidade: os que lá moram (lisboetas), os que visitam ao fim-de-semana (como eu, quando vivia em Sacavém), os que visitam 2 ou 3 vezes por ano, como o pessoal do porto, e os que a visitam muito ocasionalmente, em férias. Onde está a confusão?
Essa história da visita e do "visitado que pensa que visita uma cidade real quando na verdade ela chega por vezes a ser quase um cenário, uma imagem adaptada ao que os empresários imaginam ser o seu gosto", parece-me ser enfiada claramente a martelo aqui.
Não estamos propriamente a falar em varinas ou fadistas pagos pela câmara para deleite dos turistas. Estamos a falar de um quartel que foi passado da tutela do ministério da defesa para a câmara e que a câmara, em vez de o deixar ao abandono, como faz com tanta coisa, decidiu investir ali para criar um parque público.
De qualquer forma, não quero fugir ao tema importante do papel do turismo na cidade, mas aqui não faz lá muito sentido...
Boa tarde, Bernardino
ResponderEliminarA sua afirmação de que o vereador Sá Fernandes é o "ódio de estimação de alguns jornalistas" não será certamente dirigida a mim, apesar de a Nota 1 se referir a uma notícia de minha autoria. Nessa notícia dou conta, como é minha obrigação fazer, dos vários lados da questão. Do tal lado "excelente" de que fala (e que está patente nas explicações e opiniões transmitidas pelo assessor de imprensa do vereador), mas também de outros pontos de vista, como o de moradores (preocupados com o abate de árvores e com a falta de informação por parte de autarquia), e o do vereador do PCP. Quanto às árvores abatidas não são, segundo confirma a autarquia, rumores, mas sim uma realidade. Em relação à referência ao Fórum Cidadania Lisboa, a ideia não é fazer disto um "caso obscuro", mas simplesmente dizer que a autarquia deu início a esta obra (a tal que considera excelente e que vinha prometendo há vários anos) sem que sobre isso tenha divulgado previamente qualquer informação. À comunicação social também, mas principalmente aos moradores, que ao abrir a janela foram confrontados com o abate de árvores em curso.
Cumprimentos,
Inês Boaventura
Cara Inês Boabentura
ResponderEliminarComeço por lhe agradecer o comentário e por reconhecer que não lhe posso dirigir nenhuma acusação de ter algum "ódio de estimação", porque, na verdade nem tenho tido oportunidade de acompanhar o seu trabalho.... Mais: no seguimento deste post e do seu comentário, até me fizeram chegar uma opinião positiva sobre a seriedade do seu jornalismo.
Clarificando melhor “a minha tese” (que só no último ponto está ligado, pelos vistos, a si, pela noticia que cito):
1. Acho extraordinária a "má imprensa" que tem o vereador do ambiente em Lisboa. Compare-se por exemplo ao seu antecessor - António Prôa, aliás, co-autor do tal blog “Fórum Cidadania Lisboa”, também conhecido pelo seu nome menos pomposo "Cidadania LX": Denunciou ele algum caso de corrupção? Requalificou-se ou criou-se de raiz algum parque urbano ou miradouro durante o seu mandato? Por ventura, na sua altura, a Câmara tratava as árvores com problemas fitossanitários de outra forma que não fosse abatê-las, com alguma técnica avançada que ele próprio aprendeu num mosteiro e que nunca revelou aos serviços da CML para que, quando ele fosse embora, nunca mais pudesse ser usada?
2. Independentemente das razões (justas ou injustas) para esta “má imprensa”, a minha teoria é que talvez esta seja a razão para que o começo das obras que vão dar origem a um novo parque, no coração de Lisboa, onde antes era um local abandonado, fechado ao público, passe despercebido pela generalidade das pessoas.
3. Finalmente, a notícia que faço a ligação: Descobri por acaso. Foi aquela que me apareceu em 1º lugar no Google quando pesquisei (em busca da outra peça da Visão) o termo «novo jardim na graça»”… Ora, peço desculpa, mas na minha opinião, há falta de melhor, esta serve perfeitamente para ilustrar a tese acima, em modos de nota de rodapé, num post deste nosso blog... até pela curiosidade que eu cito: a de “o alerta” ter partido da parte de um morador (anónimo?) a um blog.
Vou procurar explicar com mais detalhe:
ResponderEliminarComeço logo pela questão que a Inês depois volta a abordar no seu comentário: Os 2 “lados da questão”. Arruma-me do lado do Vereador (“e do seu assessor de imprensa”), vincando bem que eu disse que era “excelente” abrir-se aquele local ao público, requalificando-o. Do “outro lado”, diz-me, estão “moradores".
Ora, para mim, o que é inesperado, é que o aparecimento de um novo jardim na cidade, seja uma “questão” com vários lados e que, ainda por cima, eu – e a Inês sublinha que eu acho “excelente”, como se fosse uma coisa estranha - eu tenha ficado bastante isolado no lado do Vereador (“e do seu assessor de imprensa”), contra o lado dos “moradores”. (Plural? Mas afinal quantos é que se queixaram ao blog? Já sei que “nós” somos 3, a contar com o tal assessor…)
Depois há a grave questão de que a CML “não divulga previamente qualquer informação, à comunicação social também, mas principalmente aos moradores, que a abrir a janela foram confrontados com o abate de árvores em curso”.
Bem… “qualquer informação” não será inteiramente verdade, uma vez que a Inês informa que isto vinha sendo “prometido há anos”. Portanto: ou a crítica é por se fazer um jardim sem avisar ninguém ou é por se fazer um jardim muito tempo depois de se ter avisado que ia haver ali um jardim… Mas o que creio ser mais estranho (e novo) é essa indignação acerca das obras camarárias que se começam sem avisar os moradores. Mesmo na obras de alcatroamento ou colocação de uma conduta, que provocam incómodos, a mim nunca ninguém me avisou…é normal?
Quanto ao tal abate de árvores, nem abordando agora as fotos "feitas por um morador da zona" que o Carlos Moura viu, o que aponto é esta nova guerra política que existe em Lisboa em torno das árvores. Nunca ouvi falar nos jornais de uma árvore cortada no Porto ou em qualquer parte do país, mas até para se fazer "O Público", alguma árvore teve de ser "assassinada"... E Repare-se que não estamos a falar de desbastar um bosque para construir um campo de golf ou fazer pastagens. Estamos a falar na transformação de um jardim fechado e abandonado há anos e anos num parque público. Desmatar, cortar árvores e arbustos, replantar novas árvores e arbustos, é um trabalho banal de quem trata de jardins, certo?
Finalmente, caramba, há a questão do título. O título é o mais importante e sintetiza a notícia, dando-nos nota da tal promessa por cumprir há vários anos. “Ainda em 2005, quando se candidatou pela 1ª vez, já Sá Fernandes…” Eu diria que em 2005, Sá Fernandes e o BE fizeram essa proposta. Acho que não se deve confundir uma proposta de um candidato à CML, para que a CML negoceie com o Governo a forma de ganhar para si aqueles terrenos, para que se possa intervir neles e devolve-los à cidade, com uma “promessa”, que está perfeitamente ao alcance, e que só se cumpre passados 8 anos.
Dito isto, acabo como comecei:
A notícia que me apareceu em 1º lugar no Google sobre a criação de um novo jardim na Graça não é – ao contrário do que creio normal – positiva para o Vereador do Ambiente que há 8 anos, como candidato do BE, avançou com essa ideia.
Pelo contrário: Dá conta de promessas com atraso de anos; obras feitas sem informar ninguém; alertas vindos de moradores que abriram as suas janelas de manhã; cortes de árvores e – pior – quase que uma conspiração para esconder que se estão a cortar precisamente as árvores mais sãs e que mais falta faziam à cidade… tudo coisas que obscurecem o que penso ser a novidade, que é “Um novo jardim nascerá no centro da cidade”.
No entanto, claro, associar esta notícia à frase “ ódio de estimação de alguns jornalistas e opinion makers”, é excessivo e injusto. Peço desculpa e para a próxima terei mais cuidado com este tipo de generalizações (…apesar de apenas escrever na blogosfera, onde este estilo é habitual, e não, por exemplo, num jornal de referência…)
Bernardino, tão importante como recuperar um espaço verde entaipado é fazer participar os munícipes na gestão da sua cidade. Aliás, não é possível fazer cidade sem os cidadãos. A perspectiva de que por se fazer algo que estava prometido há oito anos tem um valor em si tão importante que recusa a crítica ou críticas de todos os agentes ou responde a essa critica com não-argumentos (ex: o sá-fernandes é o ódio de estimação de alguns jornalistas)é uma perspecitva autoritária e anti-democrática. Eu prefiro um jardim entaipado a políticas obreiristas do quero posso e mando e não tenho de prestar conta a ninguém. Isto é mt mais perigoso e anti-cidade que as mlhores intenções dos melhores ecologistas do mundo. Temo que algumas intervenções do Duarte como esta tua possam ser influenciadas por este mal, pricipalmente com a aproximação das eleições. Quem está no poder tem de prestar contas e não fazer disso uma chatice e um ataque, lamento mas faz parte das regras.
ResponderEliminarEntretanto, da última vez que passeoi na horta do monte, ainda no inverno, estava tudo cultivado,todas as parcelas preenchidas com cultivo.E foi uma visita engraçada porque cruzei-me com uma moradora que tinha ido para ali apanhar sol com a sua mãe mt idosa e este a ajudar-me a identificar uma série de coisas que eu desconhecia.
beijinhos
Josina
Josina:
ResponderEliminarAcho que os preconceitos que foste construindo sobre mim te toldam uma leitura clara sobre os motivos do meu post, o debate e o conteúdo dos argumentos trocados em vários comentários, quer sobre a Horta do Monte, quer depois em particular, sobre a peça do Público.
A proposta (ou "a promessa") de abrir o convento da Graça ao Público "tem muitos anos" como foi noticiado. Já foi amplamente debatida, mais do que a maioria das propostas e projectos desta cidade. Arrumar a abertura deste jardim, a concretização de uma proposta programática, como uma «políticas obreiristas do quero posso e mando e não tenho de prestar conta a ninguém» é uma caricatura demasiado básica que não ajuda ao debate nem a ninguém.
Claro que não é possível fazer a cidade sem os cidadãos e se tu tivesses o mínimo de respeito ou interesse pelas minhas opiniões e contributos sobre o assunto terias um pouco mais de pudor em alcunhar as minhas perspectivas de autoritárias e anti-democráticas.
É certo que não defendo que no presente contexto que os projectos de arquitectura dos jardins devam ser votados em assembleia popular convocada para o efeito. Mas daí a uma perspectiva anti-democrática... tem dó.
Já debatemos isto amplamente quando foi do "arboricídio" e o "parque de estacionamento subterrâneo" que "destruiu" o jardim do príncipe real. Não vamos convocar toda a discussão outra vez para aqui, até porque sou um escriba lento. Para falar contigo sobre as dificuldades de debater tudo em assembleia, guardo para um cházinho contigo
Um ultimo comentário sobre o teu comentário tem a ver com essa coisa de que o que escrevo sobre Lisboa estar a ser influenciado pela proximidade das eleições. Como é que mandas uma boca dessas poucas linhas depois de me falares dos meus "não-argumentos"? Esses teus argumentos de grande alcance (ao contrário dos meus), se não tiveres pudor em utiliza-los, podes endereça-los todos ao Duarte Mata, que é assessor do Vereador. Bem sabes que agora avio bicas no Barreiro e (em boa parte porque já estava mais que farto de lidar com esse tipo de terrorismo), estou afastado de eleições... E quanto muito, se for candidato nas próximas autárquicas, será pelas listas do BE, pelo que essas especulações soam-me de forma bastante infeliz.
Bernardino, diz-me lá tu também: neste post, onde é que eu "entrei" até aqui?
ResponderEliminarBem sei que estamos a 13 de Maio mas eu não sou uma figura divina para ser chamado também para aqui, sou ;) ?
Abraço
Bernardino
ResponderEliminarEscrevi o comentário de uma só vez e talvez devesse tê-lo esmiuçado melhor porque provocou equívocos.
O que queria dizer essecialmente é de que quem faz obra pública não se pode escusar ao debate e a defender a obra feita com vitimizações e ataques do estilo "alguns jornalists têm um ódio de estimaçao pelo Sá Fernandes" não me parecem argumentos. Isto pode estender-se a quem vem defender uma certa intervenção na cidade como foi aqui o teu caso.
1º equívoco: o aproximar de eleições faz extremar as posições, e portanto é normal que sejam momentos em que se fazem balanços, por isso será normal que surjam mais vozes a defender a obra e mais vozes a criticar, é normal, não disse que estavas a fazer campanha eleitoral, até porque não faria sentido. O que quis dizer é que com as crispações haja mais a tentação de dizer "tu estás é a fazer campanha eleitoral,a ciclovia é linda", entendes?
2º equívoco: tenho respeito pelas tuas posições e talvez não as acompanhe a todas, se entendeste que te chamei anti-democrático e autoritário então és tu que não acompanhas as minhas posições e não o contrário. O teu artigo de resposta a um artigo do jornal se fosse proferido pela autoria política da obra a mim sabia-me a um certo autoritarismo, na medida em impede o argumento do outro, no caso a informação e participação aos moradores; a horta do monte, com o "estava-prometido-há-oito-anos", e "deviam-ficar-contentes" por avançar. Este é um argumento do tipo obreirista e a mim interessam-me, cada vez mais, os meios. Como não faço parte nem apoio nenhuma lista em Lisboa interessa-me mesmo também, como a ti, a cidade, o jardim e a política urbana. E fico contente com as notícias boas nos espaços verdes na cidade.
Acho que o mal de que falava-as crispações- e as respostas de gatilho- contaminam a discussão e lamento ter contribuído para isso
abraço
Josina
Foi como disse a Josina: equívoco e resposta de gatilho... Enfim... Melhores dias virão.
ResponderEliminarAbraços